quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Festa no interior...

Amados, a Paz do Senhor!
Há mais ou menos um ano, quando me acidentei de carro, tive que ficar em Volta Redonda por um mês. Claro que, o homem natural (entendam, o Alf natural, "incircunciso" - ouso dizer, carnal), aquele pecador, o da ótica deste espaço, xingou até "as horas", reclamou, ficou se perguntando, se lamentando: "porque, meu Deus, porque (snif)???". A história toda do meu acidente você encontra em meu outro blog, o diariodaviagemdoalf.blogspot.com, nos posts de março e abril do ano de 2010. Mas, voltando: só que além do homem natural, existe um homem espiritual, voltado para as coisas do alto (não, não falo de aviação, falo de enlevo espiritual...). E o homem espiritual (entendam, o Alf que percebe a atuação e o zelo de Deus para com a sua obra) percebeu uma oportunidade: meu anfitrião em Volta Redonda, o Pastor Levi, pastoreava (assim como ainda pastoreia) uma pequena igreja, filiada à Convenção das Igrejas "O Brasil Para Cristo" do Estado do Rio de Janeiro, na vizinha e interiorana cidade de Pinheiral e sua igreja iria comemorar o 16º aniversário de criação do templo em Pinheiral. Eu estava em Volta Redonda, na casa dele, com dores pelo corpo que me dificultavam a locomoção, mas que não impediam a minha produção intelectual e informacional. Então, me pus a ajudar: criei o logo da Igreja, com base nas diretivas da convenção, postei e-mails, criei a carta-convite, ajudei a distribuir os convites pelas Igrejas e pontos de pregação da denominação (dirigir eu podia, ruim era andar a pé, por causa do esforço muscular, ou de ônibus, pois cada solavanco parecia um soco contra meu corpo)... Ah, e já no periodo da festa propriamente dito, 23 dias depois do meu acidente, eu podia colaborar com trabalho braçal mesmo: coloca faixa ali, carrega caixa de som acolá, leva cadeira pro clube - sim, coisa chique, o dia especial da festa foi no (único) clube da cidade -, enfim, dei minha contribuição.
Ver a fé simples daquele povo, interiorano, sempre me serviu de alento. Eu só percebo isto quando estou no interior do Estado do Rio de Janeiro. A fé para eles não se baseia em prosperidade... Prosperidade é ter o almoço na hora do almoço e a janta na hora da janta. E para aqueles que não tem? Ora, aí aparecem outros tipos de milagre, o da solidariedade, o da caridade, etc... "Ora, mas isto não é milagre, é entendimento da verdade do Evangelho", diriam alguns. Certo, em parte; a caridade acontecer na hora da necessidade, sem que palavra alguma tenha sido dita, é, ao meu ver, um ato de Deus sim, um milagre. Desculpem-me os céticos, mas eu acredito em milagres. Acredito também em avivamento...
Você sabia que os chamados "avivamentos brasileiros", numa visão crítica, tendo em vista sua extensão, duração e eficácia, seriam na realidade apenas "movimentos avivalistas"? O Brasil ainda não passou por um verdadeiro avivamento, um avivamento nacional, o tão esperado avivamento de um "Brasil para Cristo". Eu creio que um dia este avivamento acontecerá. Não a partir dos grandes centros, onde o "milagre" é o da cura espetacular ou prosperidade (claro que temos todos os tipos de milagres em todos os lugares, Deus é o mesmo; falo aqui do valor que as pessoas dão a determinadas manifestações divinas em virtude de sua própria escala de valores), mas do interior, onde o "milagre" é a salvação das almas, é a restauração do lar e da família, é o afastamento dos vícios, das medicações controladas, da vida desregrada... O avivamento acontece primeiro no indivíduo e a partir deste, contagia toda uma sociedade, toda uma nação. Eu creio no avivamento. Eu creio que um dia, um conjunto de homens e mulheres sentirá ao mesmo tempo a atuação do Espírito Santo e contagiará todos os diversos segmentos sociais deste Brasil... Faço minha parte. Prego o Evangelho do Reino, com fé simples, porém madura (maturidade no caso é reconhecer-se como falho e pecador; TODOS PECARAM, principalmente eu). Com a discrição própria de uma formiga. Afinal, no dia de pentecostes, após a ressurreição do Cristo, o dia em que se considera a origem de todo o conceito de avivamento, os apóstolos estavam em oculto, no cenáculo, uma espécie de quarto grande - imaginem o ultimo andar de um edifício - onde foi realizada a santa ceia - cenáculo vem de cena, que siginifica "jantar" -. E, neste lugar, em oculto, o milagre aconteceu: "E, cumprindo-se o dia de Pentecostes, estavam todos concordemente no mesmo lugar; e de repente veio do céu um som, como de um vento veemente e impetuoso, e encheu toda a casa em que estavam assentados. E foram vistas por eles línguas repartidas, como que de fogo, as quais pousaram sobre cada um deles. E todos foram cheios do Espírito Santo..." - At 2:1-4b (ACRF).
Em meio àquela festa de fé daquele povo simples de Pinheiral e ao experimentar em minha vida os efeitos de sua crença, senti-me perto desse "pentecostes apostólico" e firmou-se ainda mais em mim a certeza de que o Brasil passará por um avivamento nacional. Como escrevi acima, tenho feito a minha parte. Conclamo, pois, a você, leitor amigo, que faça a sua.
Em Cristo,
Ósculos em profusão,
Tio Alf.

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Ouro e Prata, não tenho...

Amados, a Paz do Senhor!
Alguém já ouviu a frase acima? Ela é atribuída numa música erudita à Pedro e João, quando estes estavam à porta Formosa do Templo. A passagem real está no livro de Atos dos Apóstolos, capítulo 3, verso 6, na Bíblia Sagrada: "E disse Pedro: Não tenho prata nem ouro; mas o que tenho isso te dou. Em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, levanta-te e anda."(ACRF).
O que me chama a atenção neste texto é o fato deles não terem ouro nem prata, mas terem algo que poderia ser mais interessante ao interlocutor do que o dinheiro. No caso, o interlocutor é um pedinte, que paralítico de nascença, pedia esmolas à porta do templo, como ocorre em muitas cidades do interior, nas quais os pedintes ficam à porta de igrejas, apelando para a boa vontade dos fiéis, em busca de um donativo. Sem entrar no mérito da questão, vejo que sem ouro ou prata, os apóstolos possuíam um "bem maior" para oferecer ao pedinte; muito mais que um óbulo, que quando muito o ajudaria a comprar o almoço, recebeu a cura de sua enfermidade, o que, possibilitando-o para o trabalho, o faria prosperar por seus próprios meios e garantiria seu sustento.
Tenho visto os pregadores eletrônicos do conforto do meu lar. Eles pregam o mesmo Deus que eu prego. Tenho visto e ouvido seus programas de TV e rádio. E sei de suas campanhas de semeadores, ajudadores, atalaias, ou o nome que se queira dar para aqueles que, para além de seus dízimos e ofertas, contribuem especificamente para a manutenção dos ministérios eletrônicos. Claro, temos mais é que ajudar mesmo. O Evangelho do Reino deve ser pregado a tempo e fora de tempo. O que me chama a atenção é que aqueles que contribuem, dão seu testemunho. E o seu testemunho é sobre prosperidade. Eles deram dinheiro e recebem mais dinheiro. Quem sou eu pra duvidar, deve ser assim mesmo. Vez por outra, percebemos uma certa arrogância em quem testemunha, como se fosse obrigação do Altíssimo o abençoar porque ele abençoou a obra, mas isto é assunto para outro post...
O paralítico de nascença que foi abençoado à porta do Templo, saiu glorificando e saltando dentro do Templo e todos ficaram assombrados, pois o conheciam de ficar na porta pedindo esmolas, o homem tinha mais de quarenta anos, enfim: o homem deu testemunho do milagre que se operara em sua vida.
Fazendo a ponte hermenêutica, fico pensando: será que só ouvimos testemunho de dinheiro porque foi nisto que se transformou a obra do Senhor? Uma barganha com Deus? Eu dou o que Sua obra precisa e o Senhor me dá o que eu quero? Pensando de maneira mais sóbria: será que não ouvimos, ou ouvimos com pouquíssima freqüência, testemunhos de transformação de vidas (abandono das drogas, da bebida, curas, restauração familiar) porque, enquanto igreja, já não temos mais aquilo que Pedro e João tinham? Falta-nos a Virtude do Espírito Santo para operar milagres? Conta-nos uma história - que recebi por tradução oral, desconheço a fonte - que certa vez (em torno do ano 400 da era cristã), Agostinho, o famoso Santo Agostinho, Bispo de Hipona, um dos pais da Igreja, visitou uma igreja em que o presbítero, certo de que estava fazendo da melhor maneira possível o seu trabalho, abriu uma porta e mostrou uma pequena fortuna ao então Bispo Agostinho, oriunda das ofertas, e disse: "Certamente, Bispo, não precisamos mais dizer a quem nos pede: 'Ouro e Prata não temos...'", ao que Agostinho replicou: "É verdade... Mas será que temos condições, como eles (Pedro e João) tiveram, de dizer: 'Em nome de Cristo Jesus, levanta-te e põe-te de pé!'". Percebo, triste, o quão atual é esta frase, a ponto de "elevar" Agostinho a "profeta". Pensem nisto.
Espero, em Cristo, estar enganado.
Ósculos Santos,
Tio Alf. Ah, sim, se algum leitor souber de alguma referência da história citada, me atualize, por favor.

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Aquele que pecava...

Amados, a Paz do Senhor!
Sou um homem pecador. Talvez em minha descrição de perfil, eu devesse ter colocado que sou pecador, ao invés de escrever: "vai lendo aí...". Claro, sou também muitas outras coisas. Sou, também servo. Claro, de novo, um servo ruim. Não dou conta de viver sem pecado, logo, não atinjo os objetivos de santidade. Só sou santo diante da ótica divina, conforme citado pelo autor de Efésios: "... para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dele em amor;" (Ef 1:4b - ACRF). Explicando melhor, somente transformado pelo sangue de Cristo na minha vida, somente sendo visto através do sangue de Cristo, como se fosse uma lente especial, é que sou visto como santo e irrepreensível diante do olhar amoroso de Deus. Sem este sangue, por mais que me esforce, serei pecador. O sangue de Cristo é a unica e suficiente redenção para minha vida. Deixei de ser pecador? Não, passo a ser pecador remido e, pela ação contínua do sangue, revigorada pela confissão e perdão dos pecados, é que sou santo. Vejam que exemplo bonito de confissão e perdão: "Então disse Davi a Natã: Pequei contra o SENHOR. E disse Natã a Davi: Também o SENHOR perdoou o teu pecado; não morrerás." (II Sm 12:13 - ACRF). Ah, sim, falo de mim; mas fique à vontade para fazer a ponte hermenêutica e aplicar o que falo à sua vida. Esta é também a sua situação. Sem Cristo, você está perdido em seus próprios enganos...
Contudo, e aquele que pecava? Ora, este, que não peque mais. Melhor, que busque não pecar mais. Veja o que diz o Apóstolo João em I Jo 1:8 (ACRF): "Se dissermos que não temos pecado, enganamo-nos a nós mesmos, e não há verdade em nós.". Então, sempre pecamos, apesar de nossa luta contra o pecado. Mas devemos buscar não pecar. É ordenança do mestre e é o mesmo Apóstolo João quem nos transmite esta ordenança: Pelo menos duas vezes, Jesus disse, "não peques mais": com o homem à beira do tanque de Siloé (Jo 5:14) e com Maria Madalena (Jo 8:11).
Sabemos que vamos pecar. Isto é certo, tão certo como somos seres humanos. Contudo, retransmito as palavras do Mestre, sem ser herético, juntando-as ao título deste blog: aquele que pecava, "NÃO PEQUES MAIS". No afã de manter imutáveis as palavras de Jesus, ficou sem concordância, mas você entendeu a essência: procure não pecar; mas, sabendo que, se porventura pecar(mos), "temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o justo." (I Jo 2:1b - ACRF - SIC).
Ósculos, esforçando-se pela santidade,
Alf.